CONHEÇA OS DIAMANTES DE LABORATÓRIO: BARATO, SUSTENTÁVEL E IDÊNTICO AO NATURAL

Brilha como um diamante natural, é resistente como um diamante natural, mas... é feito em laboratório. Os lab-grown diamonds - ou diamantes de laboratórios - têm ganhado cada vez mais espaço no mercado internacional e, agora, começam a conquistar também consumidores brasileiros.
Além de serem visualmente e quimicamente idênticos aos encontrados na natureza, têm um atrativo difícil de ignorar: custam, em média, 50% menos que as pedras naturais. O gemólogo Luiz Barbosa, do Instituto Gemológico do Brasil, afirma que, a olho nu, não é possível diferenciar os dois tipos de pedras.
'Um diamante cultivado em um laboratório é a mesma coisa de um diamante natural. Muitas vezes até com equipamento sofisticado você não vê diferença. Antigamente o processo deixava alguns vestígios dentro do diamante típico de um diamante fabricado em laboratório. Hoje os laboratórios estão tão sofisticados que eles já geram diamante totalmente limpo', explica.
Segundo ele, os diamantes feitos em laboratório possuem as mesmas propriedades químicas e a mesma dureza dos naturais extraídos, além de serem avaliados pelos mesmos quesitos - lapidação, cor, pureza e quilate.
'Não existe, tecnicamente, diferença nenhuma. Tanto faz o diamante fabricado em um laboratório como um diamante natural, é a mesma composição química, a mesma estrutura química, tudo igual. Só que o natural é sintetizado na natureza, na profundeza do planeta Terra, nas camadas bem inferiores. Já o diamante fabricado em laboratório é um diamante feito por máquinas específica', detalha.
Em 2024, pela primeira vez, 52% dos casais nos Estados Unidos escolheram um anel de noivado com uma pedra feita em laboratório, de acordo com o estudo Real Weddings 2025 da plataforma americana The Knot. O número representa um aumento de 40% desde 2019.
A analista de sistemas Cláudia Moura conta que sempre sonhou em ter uma joia com diamante - e viu, nas pedras criadas em laboratório, uma oportunidade.
'Eu achei o máximo porque uma pedra e outra você olhando a olho nu não vê diferença e o preço é extremamente mais barato. Acho que compensa muito até porque hoje em dia difícil você ficar andando na rua com um joia é complicado', opina.
Os modos de fabricação dos diamantes de laboratório envolvem pressão ou processos químicos
O processo de produção das pedras sintéticas envolve diversos países. A China responde por mais de 70% dos diamantes de laboratório - mas, também há centros de alta tecnologia nos Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. Uma vez prontos, eles são lapidados em Surat, na Índia, de onde são vendidos para o mercado mundial.
Existem duas maneiras de criar um diamante em laboratório: a maior parte deles é produzido por meio de alta pressão e temperatura, mas também é possível através da deposição química em vapor
'A primeira, que gerou diamantes de tamanho lapidável, ou seja, para uso em joalheria, foi a técnica HPHT, que trabalha com alta pressão e temperatura, que são condições semelhantes às de formação de um diamante natural. Já atualmente, a principal técnica aplicada é o CVD, que trabalha com a deposição de carbono em uma semente de diamante pela separação do gás metano por um sistema similar ao de um micro-ondas em uma câmara vácuo', explica a gemóloga Izabel Mendes Marques.
Joalherias famosas apostam na tendência dos lab-grown diamonds
Grandes joalherias como a Tiffany & Co. e a De Beers já aderiram à tendência, lançando linhas com diamantes cultivados. No Brasil, a Vivara anunciou recentemente sua primeira coleção com pedras sintéticas, o que pode acelerar ainda mais a popularização do produto.
O dono da joalheria Panna, Paulo Panna, afirma que os diamantes de laboratório tornaram joias com pedras maiores mais comuns - e acessíveis - no mercado nacional.
'Nós intensificamos a venda de diamantes com os diamantes do laboratório, porque, especialmente as pedras maiores, elas são acessíveis. Um diamante natural de tamanhos maiores, acima de 20, 30 pontos e até passando de um quilate, elas têm um valor muito alto no diamante natural. São pedras que não se costumava até usar no mercado e agora são peças acessíveis. Ele está transformando em realidade sonhos, de certa maneira. Então, diamantes grandes, nós não trabalhávamos antes no laboratório. Só peças pequenas, como a maioria das joias', diz.
A Jeanne Faria, diretora criativa da Byzance Joais, afirma que a procura por peças com diamantes de laboratório tem aumentado, principalmente entre os clientes mais jovens. Isso porque, além de mais baratos, os sintéticos são considerados mais sustentáveis, por não dependerem de processos de mineração.
'Eu tenho tido muito pedido, mas ainda tem os tradicionais que querem o diamante natural. Os jovens estão buscando muito os LabGrow Diamonds, principalmente pela questão da sustentabilidade. Essa mudança de mentalidade ainda vai levar alguns anos, mas ela já começou. Geralmente, [o preço] é cinco vezes a diferença. Você tem um diamante que custa 4 mil dólares o quilate, e o Lab-Grown vai ser 800 dólares. Um diamante de um quilate, que você pagaria numa joalheria tradicional cerca de 50 a 60 mil reais, pode sair por muito menos com o Lab-Grow', afirma.
Um estudo feito pela empresa de consultoria de mercado Allied Market Research projeta que o mercado de diamantes de laboratório atingirá um valor de quase US$ 50 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual de cerca de 9%.
Fonte: https://cbn.globo.com/economia/noticia/2025/08/02/mais-barato-sustentavel-e-identico-ao-natural-conheca-os-diamantes-de-laboratorio.ghtml